Delegado de Roubos afirma que prática está disseminada.
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Ouça a conversa entre Potter e o golpista durante o Pretinho Básico
Uma ligação interrompeu o programa Pretinho Básico transmitido ao vivo no início da tarde desta quarta-feira, pela Rádio Atlântida FM do Rio Grande do Sul. O celular de um dos apresentadores, Luciano Lopes, conhecido como Potter, tocou durante um dos blocos do talk show. O apresentador Alexandre Fetter, que comandava o programa, brincou que todos deveriam parar para Potter atender a ligação. Do outro lado da linha, um golpista anunciava o sequestro da suposta filha de Potter. E uma voz feminina gritava:
— Sou eu, pai. Vem me buscar.
Fetter então pediu que a ligação fosse colocada no viva-voz para que todos os ouvintes testemunhassem a prática criminosa de falsos sequestradores.
— Mesmo eu não tendo filhos, fiquei nervoso com a ligação. Sem dúvida, se eu tivesse, teria saído do estúdio para atender — disse Potter.
Durante cerca de dois minutos, Potter manteve um diálogo com o estelionatário. Cada vez que o jornalista pedia informações mais concretas sobre a vítima, o golpista repetia o valor que deveria ser depositado: R$ 5 mil.
— Eu quero R$ 5 mil. Você vai depositar na conta que vou passar procê na conta da clínica, véio (sic).
Após a ligação cair, os falsários ainda tentaram ligar para o mesmo número mais duas vezes. Enquanto isso, os integrantes do Pretinho aproveitaram a coincidência para orientar e dar dicas para os ouvintes de como não cair no golpe do falso sequestro.
De acordo com o titular da Delegacia de Roubos do Deic, Juliano Ferreira, 90% das ligações são feitas de presídios do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Por isso, é importante cuidar o DDD da ligação e o sotaque do golpista.
— Esse tipo de golpe está tão disseminado no Estado quanto o vírus da gripe A — diz Ferreira, que ainda comenta que a ligação é sempre feita em horário bancário, para que a vítima se desloque até um banco ou lotérica.
Se o estelionatário tem pressa em receber o dinheiro é outra pista de que o sequestro é falso.
— As vítimas das ligações não precisam ter medo de desligar o telefone, mesmo se são ameaçadas, pois o criminoso precisa da pessoa sequestrada viva para conseguir o dinheiro.
